??A ansiedade tornou-se uma expressão do sofrimento humano porque excedeu a função original para qual foi criada. Não é mais apenas uma forma rápida de reação do organismo frente a um mecanismo de defesa, mas pode ser um problema crônico que provoca no cérebro uma tensão incessante.
??A ansiedade pode estimular a produção de hormônios corticoides que entre outras ações maléficas bloqueiam a formação das neurotrofinas, substâncias que protegem e alimentam os neurônios, igualmente, afetam o funcionamento dos neurotransmissores.
??No processo da ansiedade, o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina nos deixam em alerta e na defensiva. Dessa forma, a nossa mente se transforma em um terreno fértil para pensamentos irracionais.
??Vale ressaltar que a depender do nível da ansiedade, pode ocorrer uma alteração no funcionamento da amígdala, uma pequena estrutura localizada na parte mais profunda do nosso cérebro, que é responsável pela interpretação dos sinais sensoriais que vêm do nosso ambiente.
??O hipocampo é a parte do cérebro ligada à nossa memória emocional. Se o impacto da ansiedade for intenso e sustentado por um longo tempo, essa estrutura será afetada e sofreremos efeitos associados a essa alteração. Dessa forma, perdas de memória, problemas de concentração ou mesmo estresse pós-traumático são muito frequentes.
??Enfim, gerenciar a ansiedade não é um problema de força de vontade, não se trata de fazer desaparecer essa realidade psico-fisiológica do nosso cérebro, trata-se de aprender a tratar para evitar ou reduzir os danos. Assim, não hesite em consultar um profissional de saúde mental.
Maysa Palmeira.
CRP 02/14551
https://www.maysapalmeira.psc.br/
Indicação de Livro: POVOA, Helion. Nutrição Cerebral. RJ: Objetiva, 2005.